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Da Garagem ao estúdio - aula 4

Olá, eu sou o Raffa e esta é a série Dicas para sua banda: da garagem ao estúdio. Dentro do canal da Primeiros Acordes.

No vídeo passado, nós vimos a expressão “menos é mais”, a hora de testar algum novo instrumento na sua música, ver onde haverá alguma virada, de bateria, por exemplo, e quais serão as viradas. Definir mudanças na letra e analisar a intensidade de cada parte da música. Mantendo sempre o desapego.

fluxo

 Multi Track x Gravação ao vivo

Antes de procurar um estúdio, você precisa saber que tipo de gravação você quer fazer. Existem basicamente dois tipos de gravação.

Multi Track / Multi Pista: É quando você grava um  instrumento de cada vez. Normalmente começa-se pela bateria, sendo guiada por um metrônomo, que vai servir de guia para todos os instrumentos. É importante ter um microfone em cada peça, pois permite que você edite o som depois, tanto o timbre, quanto o volume. Se você não está ouvindo bem o bumbo, você pode aumentar o som dele, sem mexer no resto da bateria.

Isso também vale para os outros instrumentos. Gravando um por vez, depois você pode mexer o timbre e o volume de cada um, sem alterar o outro.

Outra vantagem de gravar assim, é que se eu erro um trecho na gravação do baixo, por exemplo, não vai ser necessário que a banda toda toque de novo. A bateria já está gravada, eu vou simplesmente refazer o trecho que eu errei, sem precisar refazer os outros instrumentos.

Esse tipo de gravação é, portanto, mais demorado e oferece maiores possibilidades de um resultado melhor.

Na gravação ao vivo: todos tocam juntos, e estão sendo gravados no mesmo take, ao mesmo tempo. Cada instrumento continua sendo captado individualmente porém, o microfone que está no amplificador da guitarra também vai captar sons da bateria, por exemplo. Isso deixa a gente com menos opções na hora de escolher os timbres. Por isso, é muito mais difícil você conseguir uma gravação de qualidade profissional dessa maneira;  dependeria de muitos fatores como: uma sala de gravação boa, músicos muito bons, microfones bons, o timbre tem que ser escolhido antes da gravação já que pouco poderá ser mudado depois, entre outros. Outro fator é que se um erra, todos precisam refazer aquele trecho ou a música inteira.

O que você vai usar pra definir como vai ser sua gravação é a finalidade dela e a sua verba.

Cd cover: se for um cover pra levar em algum barzinho, por exemplo, a gravação ao vivo pode ser uma boa opção. A gravação fica mais próxima da apresentação que você pretende fazer no barzinho. Nâo fica uma “propaganda enganosa”. Em estúdios mais acessíveis você consegue gravar uma hora por uns 40 reais e em estúdios melhores, o valor pode passar de 100 reais por hora de gravação. Em 2 horas de gravação, você consegue gravar pelo menos umas 5 músicas, considerando que você vai tocar cada uma delas mais de uma vez..

Autoral: se for uma música própria ou um CD de músicas próprias, meu conselho é que você grave multi track. Você vai poder trabalhar melhor a música, fazer arranjos mais complexos, acrescentar dobras de instrumentos, ou algum instrumento que não tenha na sua banda mas se encaixe na música, por exemplo um violino ou um piano. Alguns lugares oferecem um preço fechado, por exemplo uns 400 reais por música (e dificilmente mais barato que isso) e o tempo será livre. Em outros lugares, eles só trabalham cobrando por hora de gravação, normalmente são os estúdios mais caros que cobram assim. Importante dizer que você vai demorar, no mínimo umas 5 horas para gravar cada música. Mesmo que você esteja bem ensaiado e pronto para gravar.

 

Por hoje é só. A gente continua com outras questões no próximo vídeo.
Abraços, até a próxima!